Existem na Natureza e em nossas existências ciclos de dissolução e ciclos de regeneração. Os Ciclos de dissolução, no geral, estão à serviço de um princípio evolutivo muito singular: O Desapego. Temos por hábito fazermos esforços para estabilizar, congelar, determinados fatos, circunstâncias e pessoas em nossas vidas. Ingenuamente “colecionamos” pessoas, experiências, fatos… que entendemos ser sinônimo de uma vida feliz e realizadora. Acreditamos que configurações estáveis “para sempre” denotam escolhas diferenciadas. Acreditamos que “congelar” a vida num pequeno rol de experiências significa felicidade. O que desconhecemos é que a vida é dinâmica e exige de nós constantes redimencionamentos, constantes saltos qualitativos na compreensão das próprias experiências. Quando nos detemos em demasia em estilos de imobilidade psíquica e na repetição circular de determinados hábitos, o Movimento inerente à vida (pois, tudo o que é vivo está em constante vibração e movimento, fazendo um contra ponto com tudo aquilo que está inerte, morto ou desvitalizado), gera linhas de ação que, gradualmente, nos desaloja de nossa ilusória estabilidade. Nos faz rever crenças, nos faz rever apegos, nos faz rever verdades… Se resistirmos ao convite de migrarmos do movimento circular para o movimento em espiral, se nos recusarmos a realizar o avanços qualitativos necessários seremos severamente devastados. Se, por outro lado, aceitarmos o convite para os avanços necessários seremos tão somente calcinados, ou seja, seremos “cozidos” o suficiente em nossa Natureza Crua. Isto significa que uma parte de nosso Desconhecimento (Ignorância), Apego e Aversão passarão por processos reflexivos e, com isto, abrirão espaço para as resignificações necessárias. Por mais incrível que pareça, são as diferentes crises que geram ciclos de regeneração. Interessante sabermos que a palavra crise, em sua origem, é a junção de duas ideias poderosas: dificuldade e oportunidade, portanto, traduzindo, crise significa Oportunidade na Dificuldade.