Cada época histórica é uma radiografia do grau de consciência, de aperfeiçoamento, de florescimento da Vida, da Espécie que, predominantemente, habita o Planeta naquele dado momento. Histórica e psicologicamente, pisamos em terreno arqueológico sagrado, cada camada deste terreno é uma laboriosa construção da Arte, da Ciência, da Religião, da Mística dos Seres que nos antecederam. Em assim sendo, é de extrema importância que referenciemos agradecidamente os Seres que nos antecederam e, respeitosamente, agreguemos valor às conquistas já alcançadas. Quando assim procedemos, quando compreendemos que a sucessão interminável dos eons que ocorrem na Terra constróem a história do nascimento e expansão da consciência, o tempo cronológico passa a ser precioso, pois, possibilita os processos das metamorfoses necessárias para que a vida prossiga materializando cada vez mais experiências que geram esta consciência.

A princípio, a questão dos desdobramentos continuados e ininterruptos da consciência passam desapercebidos, contudo, quando passamos a compreender o que isto quer dizer ficamos perplexos. É a consciência que avança e se sutiliza no espaço tempo que nos possibilita graus cada vez mais sofisticados de civilização. É ela que transforma barbárie em humanidade. Sem ela estaríamos mergulhados nas profundezas abissais de uma sombra indizível.

Sabedor que era Jung acerca das coisas da Alma do Homem e da Alma do Mundo e, tendo ciência do que significa a consciência, assinala, com muita ênfase, que faz toda diferença do mundo se andamos pela vida de forma predominantemente consciente ou inconsciente. Conhecia também a nossa condição de Filhos do Tempo e Filhos da Eternidade, simultaneamente. Sabia que enquanto Filhos do Tempo necessitávamos de um contexto materializado, histórico, aonde encenássemos as nossas tragédias e as nossas dádivas. Sabia, também, que enquanto Filhos da Eternidade precisávamos de um sentido existencial, precisávamos de uma experiência consciente de conexão com a Eternidade, com o Infinito. Entendia que quando, conscientemente, percebíamos, sentíamos, que aqui, nesta vida, no momento presente, já tínhamos uma conexão com o Infinito, desejos e atitudes mudavam.

Nesta linha de pensamento, a busca por uma consciência reflexiva que responde ao homem questões existenciais profundas da sua própria alma e, também, questões existenciais acerca do Infinito se tornou a alma do processo de individuação.

Considerando todo o exposto, a Pós Graduação Lato Sensu em Psicologia Clínica Junguiana se inspira em todas estas questões e objetiva, em suas diferentes disciplinas, gerar conhecimentos, reflexões e ferramentas que exercitem a manifestação da consciência que instrumentaliza o salto qualitativo que nos possibilita, de fato, nos tornarmos Homem (Homo Sapiens – Homem Sábio).

– Cris Albuquerque