Com frequência nos perguntamos: o que acontece que a minha vida não anda? Por quê vivo reiteradamente as mesmas coisas? Por quê as mesmas angústias, medos, travas, apreensões, sobressaltos, dúvidas… estão presentes em meus dias? Por quê tudo isto parece ser maior do que Eu? Já estudei apaixonadamente sobre as questões da Alma buscando por respostas esclarecedoras. Já participei, numa atitude genuína de entrega, de uma infinidade de cursos, de retiros de autoconhecimento e, ainda assim, me vejo repetindo experiências que mantêm tudo isto acontecendo dentro de mim. Por quê? Por quê?
Diálogos desta natureza ocorrem o tempo todo dentro da gente. Sem que saibamos, escondem um dos maiores enganos acerca dos esforços que realizamos na busca da superação de nossas limitações. Acreditamos, porque assim nos foi dito, que leitura de obras qualitativas nos transformam. Acreditamos que cursos filosóficos nos revolucionam. Acreditamos que mergulhos esporádicos para dentro nos iluminam. Acreditamos, acreditamos, acreditamos…, porém, desconhecemos, porque ainda não aprendemos, algumas questões de relevância que não nos permitem, de fato, saltar para o próximo degrau almejado. Desconhecemos que as informações, por mais extraordinárias que sejam, tão somente nos apresentam a existência das coisas. Desconhecemos que Cursos, Retiros nos inspiram filosoficamente e nos propiciam ferramentas psico-espirituais a serem exercitadas. Desconhecemos que colecionamos experiências dolorosas de vida como se fossem bens preciosos a serem protegidos. Desconhecemos que, numa atitude defensiva, utilizamos a nossa “História de Vida” sofrida para justificar, numa relação de causa e efeito, as razões pelas quais pensamos e agimos desta ou daquela maneira. Desconhecemos que, ao assim proceder, criamos uma espécie de repetição sem fim de determinados estados mentais e emocionais. Desconhecemos que com tudo isto, sem perceber, construímos cotidianamente os Labirintos infindáveis da Vida. Os criamos e neles nos aprisionamos.
Desconhecemos que quando nos JUSTIFICAMOS nos absolvemos da parte que nos cabe em cada circunstância, em cada fato ou experiência de nossas vidas. Ao nos absolvermos não nos reconhecemos no fato. Na medida em que não nos reconhecemos nos fatos NADA temos a ver com isto, não estamos implicados. Se nada temos a ver com os fatos que ocorrem em nossa existência a responsabilidade sempre será de algo ou alguém fora de nós. Se assim é NADA temos a ressignificar dentro de nós. Se nada temos a ressignificar como encontrar a saída para fora de nossos Labirintos existenciais? A equação abreviada seria: Quando me justifico, me absolvo. Se me absolvo, não me reconheço no fato. Se não me reconheço no fato, nada tenho a ver com isto. Se nada tenho a ver com isto, nada tenho a mudar.